Korfebol, o jogo dos gêneros

Korfebol, o jogo dos gêneros

corfebolKorfebol. Assim é chamado o esporte que aportou oficialmente no Brasil em 22 de outubro de 2000. Na verdade trata-se de um jogo holandês, porém, no Brasil, a modalidade se reformulou e o seu principal divulgador é o Professor de Educação Física Marcelo Bepi Soares, mais conhecido como Marcelo “Korfebol”. A partir de 2014 o Korfebol passou a se chamar “Novo Korfebol Brasileiro”.

A julgar pelo sucesso que faz entre seus praticantes, o Korfebol tem tudo para tornar-se um esporte popular. A cada dia surgem novos adeptos, em sua grande maioria jovens, porém o professor Marcello Soares desenvolveu outras maneiras de se jogar, adaptando o esporte à realidade do grupo que está praticando. Uma delas é o Korfebol família onde pais e filhos conseguem jogar em igualdade de condições.

[quote align=”center” color=”#999999″]É muito interessante poder ver os pais virando crianças junto com seus filhos e brincando e sorrindo, combinando as jogadas, a estratégia, interagindo, facilitando o diálogo através do esporte.

Marcelo “Korfebol”[/quote]

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Prof. Marcelo “Korfebol”

Uma das características do Korfebol brasileiro é que não são permitidos palavrões, empurrões e jogadas agressivas, o que atrai bastante as pessoas que não têm perfil competitivo; ele desenvolve no praticante gradativamente a cultura de paz, onde o adversário é visto como adversário e não como inimigo. Por ser um esporte obrigatoriamente misto, torna-se ainda mais atrativo.

Mais do que simples jogadores, todos os praticantes fazem questão de enaltecê-lo, não medindo esforços para isso: ajudam a carregar os equipamentos, na divulgação, contribuem financeiramente – ainda que com uma taxa irrisória – e não se importam nem um pouco com as constantes piadas das quais são vítimas por serem praticantes de uma modalidade recém-chegada. Surpreende ver tanta dedicação e empenho! Mais do que um time, eles são o que se pode verdadeiramente chamar de equipe. Os primeiros integrantes  foram “fisgados” pelo técnico enquanto passavam na rua. Outros eram amigos, vizinhos ou parentes. Há também aqueles que se interessaram pela modalidade após assistirem às exibições promovidas pelo treinador, através de cursos, palestras, eventos, até mesmo em festas de aniversário. Em ambiente escolar, o professor Marcello Soares gosta de realizar o Korfebol em datas comemorativas como o Dia dos Pais e Dia das Mães, onde todos podem interagir e conhecer a modalidade de forma lúdica e prazerosa. O jogo vem sendo apresentado também em presídios como forma de se diminuir a agressividade dos presos e através de suas regras pedagógicas poder trazer de volta ao detento a tão sonhada cidadania e uma segunda chance de vida.

As aulas de Korfebol são pautadas nos princípios de igualdade, facilitação de diálogos, ciclo de conversas e com objetivos específicos, que auxiliam até no aprendizado da matemática. A ideia do professor Marcelo agora é trazer outras disciplinas para dentro da quadra, como Português, Geografia e História e também focar na questão da síndrome de Down e cadeirantes onde o desporto poderá ser o primeiro esporte a unir “cadeirantes” e “andantes” na mesma equipe. Parcerias estão sendo realizadas para que isso se torne realidade.